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Pé de atleta: tratamento e prevenção

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29 Agosto 2024
Pé de atleta: tratamento e prevenção
A tinea pedis, também conhecida como pé de atleta ou micose do pé, é uma infeção fúngica superficial comum que afeta a pele dos pés, particularmente os espaços entre os dedos e a pele da planta dos pés.

Esta infeção é causada por fungos, chamados de dermatófitos que se alimentam da queratina, uma proteína produzida pela pele, cabelo e unhas, fundamental para estas estruturas do nosso corpo. 

A multiplicação dos fungos dermatófitos ocorre idealmente em ambientes quentes e húmidos, como o que se encontra nos dedos dos pés.

O pé de atleta surge com maior frequência no verão, pois é nesta época do ano que ocorrem os períodos de maior calor, o que leva a uma maior transpiração. Adicionalmente, é também nesta altura que as pessoas andam mais tempo descalças e estão em maior contacto com locais de risco, como as piscinas ou os chuveiros públicos. 

O pé de atleta é uma infeção contagiosa? Como é transmitido?

Sim, o pé de atleta é altamente contagioso. O contacto da pele dos pés nus com áreas contaminadas por fungos dermatófitos é a principal maneira de contrair esta infeção. Estes fungos crescem e multiplicam-se em ambientes quentes e húmidos, como balneários, vestiários, chuveiros partilhados e piscinas públicas. O contacto direto com a pele infetada de outras pessoas e/ou o uso de objetos pessoais de uma pessoa infetada, como toalha, meias e calçado, também pode facilitar a transmissão do fungo.

Quais são os fatores de risco?

Alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento do pé de atleta incluem:
  • Ambientes húmidos e quentes;
  • Uso prolongado de sapatos fechados (que não deixam o pé "respirar"), transpiração excessiva e a exposição prolongada à água;
  • Prática de atividades desportivas que originem humidade prolongada dos pés, como a natação, ou que impliquem o uso de sapatos que não permitam a evaporação de humidade, como a corrida;
  • Andar descalço em locais públicos, como vestiários, chuveiros coletivos, saunas e piscinas;
  • Pele macerada e com lesões, uma vez que pode auxiliar na invasão pelos fungos dermatófitos;
  • Presença de comorbilidades como diabetes mellitus, sistema imunitário fragilizado ou problemas de circulação;
  • Uso crónico de certos medicamentos, como antibióticos e corticosteroides.

Quais são os sinais e sintomas?

A tinea pedis pode manifestar-se de diversas formas. Os principiais tipos clínicos são:

Tinea pedis interdigital. Esta é a forma de pé de atleta mais habitual. Manifesta-se com maceração, fissuras que podem provocar dor e comichão, ou descamação entre os dedos dos pés.

Tinea pedis hiperqueratósica. Caracterizada por descamação e cor esbranquiçada em toda a planta e zona lateral do pé. Há um grau variável de vermelhidão, e está associada a placas descamativas.

Tinea pedis inflamatória. Apresentação menos frequente, caracteriza-se pelo aparecimento de bolhas na planta e nos dedos dos pés. Estas bolhas podem causar ardor e comichão, gerando um grande desconforto.

Tinea pedis ulcerativa. Embora seja incomum, pode ocorrer o aparecimento de úlceras e erosões entre os dedos dos pés, que se podem espalhar para a zona superior e lateral dos pés passado uns dias. Esta manifestação costuma estar associada a uma infeção bacteriana secundária, que deverá também ser devidamente tratada.

Em alguns casos, o pé de atleta pode ainda fazer-se acompanhar de infeções fúngicas das unhas, caracterizadas habitualmente por unhas engrossadas e descoloradas.

Em que consiste o tratamento do pé de atleta?

A maioria dos casos podem ser tratados com recurso a medicamentos não sujeitos a receita médica de uso tópico, chamados antifúngicos. O seu farmacêutico encontra-se capacitado para avaliar cada situação e recomendar qual o antifúngico mais indicado para si e como realizar o tratamento, assim como aconselhá-lo sobre outras medidas adicionais que deverá adotar em complemento ao tratamento farmacológico. 

Os antifúngicos tópicos encontram-se disponíveis sob diversas formas farmacêuticas como cremes, soluções para pulverização cutânea (sprays), líquidos ou pós, e são aplicados diretamente na área afetada, ou seja, na pele dos pés. As principais classes de fármacos comercializados, são os derivados do imidazol e as alilaminas. Estes medicamentos atuam diretamente sobre o fungo, provocando a inibição do seu crescimento ou a sua morte. 

Derivados do imidazol. São exemplos o miconazol, o clotrimazol, o bifonazol, o econazol, o cetoconazol e o tioconazol. São eficazes no tratamento da tinea pedis, quando usados durante o intervalo de tempo recomendado. São aplicados, geralmente, uma ou duas vezes por dia, de acordo com as recomendações específicas de cada medicamento. A duração do tratamento pode ser de várias semanas, consoante a localização e a gravidade da infeção. Os eventos adversos associados ao seu uso são raros, e consistem, normalmente, em reações localizadas da pele, como comichão, sensação de ardor ou vermelhidão. 

Alilaminas. A terbinafina tópica também é utilizada no tratamento da tinea pedis. É geralmente aplicada uma vez por dia, durante uma semana. É habitualmente bem tolerada e os seus principais efeitos adversos incluem irritação local e reações de hipersensibilidade.

Também se encontram disponíveis outros agentes complementares ao tratamento com antifúngico, como é o caso dos produtos antisséticos, secantes e desodorizantes, que protegem os pés contra a transpiração excessiva e odores desagradáveis.

Para além do tratamento farmacológico, é fundamental, adotar algumas medidas comportamentais e de higiene:
  • Lavar e secar muito bem os pés, antes da aplicação do medicamento na área afetada;
  • Lavar as mãos após a aplicação do antifúngico tópico;
  • Evitar coçar a pele e lavar as mãos após tocar a área infetada;
  • Lavar as meias, roupa de cama e toalhas com frequência, a uma temperatura de 60ºC;
  • Para evitar recaídas, cumprir o esquema e o tempo indicado de tratamento, mesmo que os sintomas já tenham desaparecido.

Quando devo consultar um médico?

O contacto com um médico deverá ser feito nos casos de:
  • Infeção grave ou extensa;
  • Presença de diabetes mal controlada ou sem acompanhamento recente;
  • Sistema imunitário debilitado;
  • Se os sintomas não desaparecerem após o tratamento tópico;
  • Presença de sinais de infeção bacteriana, como pé inchado, muito vermelho, quente ao toque ou com pus.
Nestas situações, poderá ser necessário a toma de antifúngicos orais. Estes medicamentos requerem uma prescrição pelo seu médico


Como posso prevenir o pé de atleta?

A prevenção é essencial para evitar o aparecimento do pé de atleta, ou de uma recaída após o tratamento. Algumas recomendações práticas que poderão ajudá-lo a reduzir este risco são:
  • Evitar o uso de sapatos fechados e trocar de calçado diariamente, ou se ficarem molhados, de forma a permitir que estes sequem completamente. Arejar o calçado para evitar a humidade;
  • Mudar todos os dias de meias, preferindo o uso de meias de algodão;
  • Secar cuidadosamente os pés, incluindo os espaços entre os dedos, após tomar banho ou nadar. Certificar-se de que os pés estão completamente secos antes de calçar meias ou sapatos;
  • Evitar a partilha de objetos de higiene pessoal, como toalhas, roupas ou equipamentos desportivos;
  • Utilizar calçado de proteção (chinelos ou sandálias) nos ginásios, piscinas, banhos ou outras instalações comunitárias, como vestiários;
  • Manter a sua casa de banho limpa. Trocar de toalha de banho com frequência e lavá-las a temperatura quente;
  • Cuidar dos seus pés. Quaisquer cortes, bolhas ou fissuras que surjam deverão ser tratados, para evitar a entrada de fungos na pele;
  • O uso de produtos antisséticos e desodorizantes nos pés pode ajudar a reduzir as recorrências. Colocar um pó com ação antifúngica nos sapatos também poderá ser útil.
  • Consultar o seu médico ou farmacêutico, aquando do aparecimento dos primeiros sintomas.


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