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Tratamento dos sintomas da menopausa

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29 Setembro 2025
Tratamento dos sintomas da menopausa
A menopausa  é uma etapa natural da vida da mulher, marcada por alterações hormonais que podem originar sintomas muito variáveis de pessoa para pessoa.

Em muitos casos, não é necessário recorrer a tratamentos, uma vez que os sintomas são ligeiros, transitórios ou suficientemente toleráveis, permitindo à mulher manter a sua qualidade de vida sem necessidade de intervenção.

Contudo, há situações em que os sintomas se tornam mais intensos, frequentes ou incómodos, interferindo com o bem-estar físico, emocional e social. Nestes casos, é fundamental procurar avaliação médica, para conhecer e discutir as possibilidades de tratamento.

Atualmente, existem várias opções terapêuticas disponíveis, que vão desde medidas relacionadas com o estilo de vida até ao uso de medicamentos, incluindo a terapia de substituição hormonal (TSH) e outras alternativas. A escolha deve ser sempre individualizada, tendo em conta a intensidade dos sintomas, o estado de saúde geral, a história clínica e as preferências da mulher.

Em que consiste a TSH?

A TSH é atualmente considerada o tratamento mais eficaz para o controlo dos sintomas da menopausa, incluindo afrontamentos, suores noturnos, alterações do sono, mudanças de humor e secura vaginal. Este tratamento consiste na administração de substâncias com efeitos semelhantes aos das hormonas que, em idade fértil, eram produzidas pelos ovários, nomeadamente os estrogénios e a progesterona. A terapêutica pode ser constituída por estrogénio, indicado apenas em mulheres que já foram submetidas a remoção do útero (histerectomia), ou por estrogénio associado a um progestagénio (um medicamento semelhante à progesterona), recomendado em mulheres que mantêm o útero, uma vez que a administração de estrogénio isolado nestes casos pode provocar o espessamento do revestimento do útero.

A TSH encontra-se disponível em várias formas, como comprimidos, adesivos, soluções ou géis para aplicação na pele, ou formulações para aplicação vaginal. Estas últimas são particularmente úteis no alívio dos sintomas vaginais. A escolha dos fármacos, da dose e da via de administração deve ser sempre individualizada, após avaliação médica.

A TSH é segura?

Para a maioria das mulheres, a TSH ajuda a controlar sintomas moderados a graves da menopausa, especialmente quando iniciada até 10 anos após o início da menopausa ou antes dos 60 anos.

Como todos os medicamentos, a TSH tem benefícios e riscos, que dependem da situação de cada mulher. A decisão sobre o seu uso deve ser tomada em conjunto com o seu médico, de acordo com as suas caraterísticas individuais.  

Quais são os benefícios da TSH para as mulheres?

A TSH pode oferecer diversos benefícios às mulheres e contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida. É considerada o tratamento mais eficaz para o alívio dos sintomas causados pela diminuição dos níveis hormonais, tais como afrontamentos, suores noturnos, perturbações do sono, irritabilidade, alterações do humor, ansiedade, cansaço e dificuldade de concentração. 

A TSH pode ter também um papel muito importante na saúde vaginal e urinária. Muitas mulheres experienciam sintomas vaginais, como secura e dor durante as relações sexuais, e maior risco de infeções urinárias. Estes problemas devem-se à atrofia das mucosas causada pela carência de estrogénios. O tratamento hormonal, sobretudo o que é aplicado por via vaginal, pode reforçar a lubrificação natural, reduzir a dor e melhorar problemas urinários.

Outro benefício relevante é a proteção óssea. Com a menopausa, há um aumento do risco de osteoporose e de fraturas, especialmente na anca e na coluna vertebral. Ao abrandar significativamente a perda óssea, os estrogénios podem ser uma opção de tratamento, especialmente quando outros fármacos não foram eficazes ou não são adequados.

A TSH pode também ter um impacto positivo na sexualidade, não apenas pela melhoria da lubrificação vaginal, mas também por efeitos positivos no desejo sexual e na disposição física e emocional.

Quais são os efeitos adversos da TSH?

Como qualquer medicamento, a TSH pode causar efeitos adversos que, geralmente, não são graves, mas podem incomodar algumas mulheres. Entre os efeitos mais comuns estão a sensibilidade mamária, náuseas e sangramentos irregulares. Caso esteja a experienciar algum destes efeitos, fale com o seu médico ou farmacêutico, pois a sua terapêutica pode necessitar de ser ajustada.

Muitas mulheres acreditam que a TSH provoca ganho de peso. Este é comum em mulheres na meia-idade e está relacionado com o envelhecimento e com as alterações hormonais. Contudo, a TSH não está associada a efeitos no peso corporal. 

Em que mulheres não se encontra recomendada a TSH?

A TSH pode não ser apropriada para algumas mulheres, porque, em certas situações, pode causar riscos para a saúde. De forma geral, não deve ser usada por mulheres que tenham:
  • Cancro da mama ou cancro do endométrio (útero), atuais ou passados;
  • Doença tromboembólica venosa (como trombose venosa profunda ou embolia pulmonar);
  • Doença cardiovascular grave, como enfarte agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral;
  • Doença grave do fígado;
  • Hemorragia vaginal sem causa identificada, até ser esclarecida.
Nestes casos, o seu médico irá avaliar consigo quais as alternativas não hormonais mais indicadas para o alívio dos sintomas.

Quais são as opções terapêuticas não hormonais disponíveis?

Os tratamentos não hormonais podem ser recomendados para mulheres que não podem, ou preferem não utilizar a TSH.

Existem alguns medicamentos que podem ajudar a aliviar os afrontamentos e os suores noturnos associados à menopausa, entre os quais se destacam:
  • Fezolinetant - um medicamento que atua na zona do cérebro que regula a temperatura corporal;
  • Gabapentina - um medicamento normalmente utilizado no tratamento da epilepsia e de alguns tipos de dores;
  • Antidepressores – além de serem úteis no controlo de alterações de humor, sobretudo se tiver sido diagnosticada com depressão ou ansiedade durante a menopausa, alguns, como a paroxetina e a venlafaxina demonstraram eficácia na redução dos sintomas vasomotores.
No caso da secura vaginal causada pela menopausa ou perimenopausa, podem ser utilizados hidratantes vaginais, que ajudam a aliviar o desconforto. O uso de lubrificante antes da relação sexual pode ajudar a reduzir o desconforto, dor e ardor.

A terapia cognitivo-comportamental é eficaz no tratamento de diferentes problemas de saúde mental durante a menopausa. Esta intervenção, baseada no diálogo, permite identificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para a ansiedade, pensamentos negativos e perturbações do sono, oferecendo estratégias práticas para aliviar estas alterações. 

As terapias complementares e alternativas são seguras e eficazes para o controlo dos sintomas da menopausa?

Os tratamentos complementares e alternativos, como os produtos à base de plantas e as hormonas bioidênticas ou "naturais”, não são recomendados para o alívio dos sintomas da menopausa ou perimenopausa. Isto deve-se ao facto de ainda não existir evidência clara sobre a sua segurança e eficácia.

Além disso, algumas terapias complementares e alternativas podem interagir com outros medicamentos que esteja a tomar e causar efeitos secundários indesejados.

Os produtos à base de soja ou fitoestrogénios não devem ser utilizados por mulheres em que a terapêutica hormonal não seja segura, como no caso do cancro da mama.

Deve ainda evitar a compra de produtos online, uma vez que não é possível garantir a sua autenticidade, qualidade ou segurança.

Caso esteja a considerar optar por qualquer terapia complementar, é fundamental pedir orientação ao seu médico ou farmacêutico, que poderá aconselhá-la sobre possíveis riscos, interações e alternativas seguras. 

Qual é a importância das consultas de seguimento?

Se estiver a realizar tratamento para os sintomas da menopausa ou perimenopausa, é fundamental ter consultas de seguimento regulares. Nestas consultas, o seu médico poderá avaliar se o tratamento está a controlar os sintomas de forma eficaz, investigar possíveis efeitos secundários, verificar o peso e a tensão arterial e, se necessário, realizar ajustes. 

O tratamento poderá ser necessário durante alguns anos, até que a maioria dos sintomas desapareça. A duração e a revisão do tratamento dependem da resposta individual aos sintomas e das preferências da mulher, garantindo que a terapêutica se mantém segura e adequada ao seu bem-estar. 

Para além do médico, o seu farmacêutico também está disponível para ajudá-la a esclarecer dúvidas sobre a medicação, identificar possíveis interações e proporcionar todas as informações para que cumpra corretamente o tratamento, com eficácia e segurança.