Política de Cookies

Este site utiliza Cookies. Ao navegar, está a consentir o seu uso. Saiba mais

Compreendi
Imaem noticias

Notícias

Jornadas estimularam debate sobre serviços farmacêuticos nas novas Unidades Locais de Saúde

26 Fevereiro 2024
Jornadas estimularam debate sobre serviços farmacêuticos nas novas Unidades Locais de Saúde
O impacto da transformação dos centros hospitalares em unidades locais de saúde e os rácios de farmacêuticos necessários para as diferentes atividades desenvolvidas nas farmácias hospitalares foram os temas centrais da XVI Jornadas de Farmácia Hospitalar, organizadas pelo Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar da Ordem dos Farmacêuticos (CCEFH-OF), nos dias 23 e 24 de fevereiro, no Porto.

Sob o tema "Inteligência e Adaptação: Passaporte para a Evolução”, as XVI jornadas tiveram início na sexta-feira, dia 23 de fevereiro, com a realização de uma sessão dedicada à inteligência artificial e aos dados em saúde, num painel moderado pelo membro do CCEFH-OF, Pedro Soares, com a participação de Renato Pinto, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Erica Viegas, do Conselho Diretivo do Infarmed, Carlos Costa Gomes, da Universidade Católica, e Maria José Rei, do Hospital da Luz.

Este primeiro dia de trabalhos foi também preenchido com a realização de uma mesa-redonda com farmacêuticos residentes do Hospital de São João, em que foi possível registar as suas experiências e desafios da especialização através da Residência Farmacêutica.

A organização do evento reservou um espaço para apresentação de projetos e iniciativas desenvolvidas por farmacêuticos nos Serviços Farmacêuticos hospitalares, tendo atribuído o prémio à melhor DIFH - Divulgação de Iniciativas em Farmácia Hospitalar ao trabalho apresentado por Anabela Fonseca, da Unidade Local de Saúde de Viseu Dão-Lafões, com o título "Medicamento de Terapia Avançada – Adaptação dos Farmacêuticos Hospitalares às Novas Exigências”, em que se evidencia a intervenção do farmacêutico hospitalar na otimização do circuito de um medicamento de terapia celular (darvadstrocel), garantindo a sua qualidade, eficácia e segurança na utilização, bem como o impacto positivo nos resultados clínicos dos doentes.

Nota ainda para a atribuição do Prémio Biojam Inovar em Farmácia Hospitalar neste primeiro dia do evento, que foi entregue ao CCEFH-OF, como reconhecimento do trabalho e serviços prestados. O Conselho do Colégio e a Biojam vão atualizar o regulamento para atribuição deste prémio, procurando impulsionar a apresentação de candidaturas por farmacêuticos hospitalares.

A abertura oficial dos trabalhos contou com a participação do presidente do CCEFH-OF, João Ribeiro, da diretora da Secção Regional do Norte, Ariana Araújo, e do bastonário da OF, Helder Mota Filipe. O momento ficou marcado pela entrega do Prémio Pegadas ao presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.

Na sua intervenção inicial, o bastonário destacou os temas em debate durante o evento, a começar pelo acesso a dados em saúde. Helder Mota Filipe recordou o trabalho desenvolvido com os SPMS para generalização do acesso dos farmacêuticos hospitalares ao perfil "Farmacêutico” na aplicação SClínico Hospitalar, bem como no ambulatório, com integração nos sistemas informáticos das farmácias comunitárias, para acesso ao historial farmacoterapêutico dos utentes e comunicação com os médicos prescritores.

O dirigente da OF abordou, de forma particular, o impacto da generalização do modelo de Unidades Locais de Saúde a todo o país, numa reforma que levou à integração dos cuidados de saúde primários, com o impacto na atividade e responsabilidades dos serviços farmacêuticos hospitalares.

Para o bastonário, a OF deve evidenciar a importância da supervisão farmacêutica no âmbito do circuito do medicamento nas unidades hospitalares e nos cuidados de saúde primários.

Helder Mota Filipe reconheceu os tempos conturbados que a Farmácia Hospitalar enfrenta, com vários colegas a apresentarem pedidos de escusa de responsabilidade, por falta de condições materiais e de recursos humanos para garantir a qualidade e segurança na utilização de medicamentos em ambiente hospitalar.

"A OF vai continuar a impulsionar a abertura de vagas anuais para a Residência Farmacêutica e deve também estimular a contratação dos farmacêuticos que concluem a especialização por esta via, à semelhança, aliás, do que tem vindo a ser preconizado nos programas eleitorais de diferentes partidos políticos, para os médicos que também concluem a sua especialidade”, defendeu.

O bastonário da OF desafiou ainda os Colégios de Especialidade a definir um roadmap para revisão de alguns referenciais profissionais, à luz da última revisão do Estatuto da OF e do Ato Farmacêutico, nomeadamente em relação à Consulta Farmacêutica

Entre os mais recentes serviços disponibilizados nos serviços farmacêuticos hospitalares está a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade, "um dos projetos mais emblemáticos da profissão”, considera o bastonário.

"É um exemplo de como devemos desenvolver estes novos serviços. Mostrando à sociedade a sua relevância, levando os próprios doentes e utentes a exigir a sua continuidade e a pressionar as autoridades para a sua generalização, comparticipação ou financiamento, à semelhança do que acontece com a vacinação ou a renovação da terapêutica nas farmácias comunitárias”, disse o responsável da OF.

Neste seguimento, a sessão dedicada ao novo contexto organizacional proporcionado pelas Unidades Locais de Saúde, dispensa em proximidade e intervenção farmacêutica nos cuidados de saúde, foi moderada pelo presidente do CCEFH-OF, num debate que contou também com a participação de Claúdia Afonso, da Mesa da Assembleia Geral da OF, Teresa Luciano, presidente da Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal, Nadine Ribeiro, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e Isaura Vieira, da Administração Central do Sistema de Saúde.

As jornadas terminaram com a discussão sobre os rácios de farmacêuticos por área, numa apresentação a cargo de Sandra Queimado, do CCEFH-OF, e uma mesa-redonda com Catarina Coelho, da ARS Centro, Rui Marques, do Instituo Português de Oncologia de Lisboa, Paula Campos, do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Ana Micro, da Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental, Cláudia Santos, do Grupo Luz Saúde, e Cátia Pereira, do Instituto Português de Oncologia.

Com esta iniciativa, o CCEFH-OF pretendeu recolher contributos dos representantes dos serviços farmacêuticos hospitalares sobre as reais necessidades e lacunas de recursos humanos em cada hospital. A Ordem espera assim concluir em breve o processo de revisão dos rácios de farmacêuticos para cada uma das atividades desenvolvidas nas farmácias hospitalares.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
Farmacêuticos reveem rácios para serviços hospitalares | LER MAIS...
Prémio Pegadas para Rui Santos Ivo | LER MAIS...