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Campanha de vacinação está a minimizar tendência universal de redução de cobertura

12 Janeiro 2024
A Campanha de Vacinação Sazonal contra a Gripe e a COVID-19 no outono-inverno 2023-2024 está a registar uma cobertura vacinal inferior a anos anteriores, numa tendência transversal a quase todos os países, que é justificada com a fadiga vacinal da COVID-19, com impacto também na gripe, e com uma diminuição da perceção de risco associado.

Em Portugal, a estratégia para minimizar esta tendência assenta em três eixos: no alargamento do número de pontos de vacinação; no alargamento das faixas etárias incluídas na vacinação gratuita; e numa campanha de comunicação e sensibilização da população portuguesa para a importância da vacinação.

A cerca de dois meses do fim da campanha de vacinação, os números da Direção-Geral de Saúde (DGS) confirmam uma redução da cobertura vacinal entre população portuguesa, mesmo no contexto de convocatória ativa e personalizada dos cidadãos com menos de 60 anos elegíveis para vacinação pelas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De um universo de mais de 4 milhões de vacinas contra a gripe e COVID-19 administradas desde o início da campanha, cerca de 70% foram administradas nas farmácias comunitárias, onde mais de 7.000 farmacêuticos têm atualmente a Competência Farmacêutica em Administração de Vacinas e Medicamentos Injetáveis ativa, ou seja, mais 25% de farmacêuticos habilitados a administrar vacinas do que no final do ano anterior.

Os farmacêuticos têm assumido assim um papel determinante na redução de um risco real e previsível de queda acentuada nos níveis de vacinação, mas que, ainda assim, estão dentro dos valores previstos pela DGS no início da campanha.

A Direção-Executiva do SNS considera que "as medidas tomadas conseguiram assegurar boas taxas de vacinação, contrariando os cenários mais pessimistas” e destaca que o país "se tornou num caso exemplar de boas práticas, que se irá manter no futuro e que se poderá replicar em outros países europeus”.

A campanha deste ano teve também o objetivo de voltar a colocar o SNS na liderança do processo de vacinação, que esteve alocado aos militares e assente em grandes centros de vacinação. A estratégia teve por base as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, que identificaram a disponibilidade física, os custos para o utente, a proximidade geográfica e as campanhas de vacinação como determinantes estruturais para a vacinação.

Neste contexto, a integração da rede nacional de farmácias comunitárias na campanha de vacinação deste ano permitiu alargar o número de postos de vacinação (de 700 para 3.000), mas também proximidade e disponibilidade para vacinação dos cidadãos em horários alargados.

Por outro lado, ao abranger cidadãos a partir dos 60 anos na vacinação gratuita (ao invés dos 65 anos), alargou-se o acesso a mais 600 mil portugueses e aumentou-se a cobertura vacinal de toda a população com mais de 60 anos da campanha, que, segundo a DGS, está nos 62,4%, algumas décimas acima da campanha anterior.

Embora seja ainda prematuro retirar conclusões sobre a presente campanha, parecem inquestionáveis os ganhos de acesso, comodidade e disponibilidade proporcionados pela integração das farmácias e dos farmacêuticos comunitários.

Mesmo comparando os resultados nacionais com alguns congéneres europeus, verifica-se que as coberturas vacinais contra a gripe e a COVID-19 em Portugal são superiores, por exemplo, a países como Espanha e França.